quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dentro



Acredito que andamos cá para amar e ser amados. Acredito mais nisso do que em qualquer outra coisa. Porque outro motivo haveríamos de ser racionais? Precisamente para podermos ser irracionais e crescermos por dentro. Todo o caminho é singular e intimo. O destino é mais ou menos similar para todos, já a viagem é diferente para cada um. Não comandamos tanto os passos que damos. Acredito que é o caminho que fazemos que é o nosso mestre. Apenas conseguimos interpretar o que o caminho passado nos diz. Quantas vezes, depois de pesadas adversidades, damos por nós num lugar melhor, mais em sintonia com nós próprios e consequentemente, com o que nos rodeia? Aí realizamos que afinal tudo fez sentido, que talvez fosse suposto ter sido assim. Quando amamos e acredito que esse momento chega a todos nós varias vezes ao longo da vida, de maneiras diferentes, estamos sempre, mesmo inconscientemente, num estado emocional superior. O amor é a chave e não é o outro que é a fechadura, mas sim nós próprios. Qualquer resposta, aprendizagem e crescimento será sempre de nós para nós. E deste evoluir irradia toda a harmonia (ou desarmonia) com que fluímos por entre todos os outros caminhos. Em última análise, o mundo não é algo que está fora de nós. O mundo começa em nós.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pedra na praia



O tempo não existe ou então, nada mais existe além de tempo e o que fazemos é esculpi-lo, desenhá-lo, dialogar com ele na esperança de sabedoria em todas as respostas que não nos dá. Pegamos numa pedra numa praia qualquer e lá está tudo, todas as respostas nos veios cruzados, no preto, no branco, no peso, na sensação na palma da mão, na viagem que ela fez. É tempo de ver o pôr do sol, de lhe sentir o cheiro, de o ver nascer enquanto morre.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Perto longe



Todas as coisas estão igualmente próximas e longe umas das outras e nós somos a distancia entre elas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Play for today


Porque amamos? O que nos move a amar? Porque temos consciência e é essa a nossa natureza. Uma vez disse que o amor era como o monólito do «2001: odisseia no espaço». Chega e faz-nos crescer. É como se fosse o nosso medidor de evolução na vida. Acredito que é o nosso propósito na vida, aquilo para o qual existimos. O amor é a «religião natural» do ser humano. É involuntário, é essencialmente um veículo de auto-conhecimento e sempre há-de surgir, despontar, mesmo quando achamos que não mais será possível.
Porque sofremos por causa do amor? Porque não o queremos perder e porque não nos queremos sentir perdidos e desesperançados porque isso ameaça a própria natureza da vida. No entanto, esse sofrimento, somos nós a crescer. Amar é o nosso melhor estado. Sofrer, bem... é como um selo de aprovação da Natureza, uma medalha. Só sofre quem amou, portanto sofrer não deve ser receado, porque faz parte. É uma outra forma do profundo do nosso corpo celebrar a vida. 
Somos como garrafas de vinho. O que se passa connosco depende essencialmente do que trazemos dentro de nós. Por isso quando amamos, amamos talvez algo dentro de nós, amamos a ideia da outra pessoa que trazemos dentro de nós. Por isso amar é um acto de acreditar, um acto de fé. Um acto de rendição das nossas fronteiras interiores. É um exercício em vulnerabilidade. 
Será uma noção inverosímil aceitar o sofrer, mas se sofremos é porque amamos, é porque tivemos aquele brilho, aquela luz dentro de nós. Uma luz que eu acredito nunca mais nos deixa, porque passa a integrar-nos e torna-nos mais vastos. E sim, voltaremos a amar, é absolutamente inevitável. É o nosso propósito na vida: irmos amando, irmos estabelecendo essa ligação plena com outra pessoa. 
Talvez a forma superior de amar seja aquela em que nada desejamos e nada receamos e aceitamos cada momento como uma dádiva, sem pensar muito em passado ou futuro. E mesmo não termos receio de sofrer, porque mais tarde ou mais cedo acabará por acontecer. Sofremos porque temos as nossas limitações, quer sejam os juízos  os medos e as inseguranças nossas e do outro. Mas estamos a crescer. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Discorrer


Quanto mais a um nível emocional retirarmos de uma situação, mais facilmente poderemos deixá-la para trás. Apenas quando, mesmo inconscientemente, não tivermos aprendido o suficiente, iremos sentir uma perda. Portanto, em vez de olharmos para trás ou fazermos filmes com o futuro, tratemos de retirar as aprendizagens que o presente tem para nos proporcionar.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

De vez em quando


Quanto vale a tua nudez? 
Quantos dias da minha vida?
De vez em quando desapareces, não sei de ti.
De vez em quando vale a pena esperar, 
aprender a plenitude.

segunda-feira, 25 de março de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Quase sempre





Tudo é sempre por agora.  
há muito por agora em sempre. 
E há muito para sempre em por agora. 
E tudo acontece sem darmos por isso.
Quase sempre.