segunda-feira, 24 de junho de 2013

Play for today


Porque amamos? O que nos move a amar? Porque temos consciência e é essa a nossa natureza. Uma vez disse que o amor era como o monólito do «2001: odisseia no espaço». Chega e faz-nos crescer. É como se fosse o nosso medidor de evolução na vida. Acredito que é o nosso propósito na vida, aquilo para o qual existimos. O amor é a «religião natural» do ser humano. É involuntário, é essencialmente um veículo de auto-conhecimento e sempre há-de surgir, despontar, mesmo quando achamos que não mais será possível.
Porque sofremos por causa do amor? Porque não o queremos perder e porque não nos queremos sentir perdidos e desesperançados porque isso ameaça a própria natureza da vida. No entanto, esse sofrimento, somos nós a crescer. Amar é o nosso melhor estado. Sofrer, bem... é como um selo de aprovação da Natureza, uma medalha. Só sofre quem amou, portanto sofrer não deve ser receado, porque faz parte. É uma outra forma do profundo do nosso corpo celebrar a vida. 
Somos como garrafas de vinho. O que se passa connosco depende essencialmente do que trazemos dentro de nós. Por isso quando amamos, amamos talvez algo dentro de nós, amamos a ideia da outra pessoa que trazemos dentro de nós. Por isso amar é um acto de acreditar, um acto de fé. Um acto de rendição das nossas fronteiras interiores. É um exercício em vulnerabilidade. 
Será uma noção inverosímil aceitar o sofrer, mas se sofremos é porque amamos, é porque tivemos aquele brilho, aquela luz dentro de nós. Uma luz que eu acredito nunca mais nos deixa, porque passa a integrar-nos e torna-nos mais vastos. E sim, voltaremos a amar, é absolutamente inevitável. É o nosso propósito na vida: irmos amando, irmos estabelecendo essa ligação plena com outra pessoa. 
Talvez a forma superior de amar seja aquela em que nada desejamos e nada receamos e aceitamos cada momento como uma dádiva, sem pensar muito em passado ou futuro. E mesmo não termos receio de sofrer, porque mais tarde ou mais cedo acabará por acontecer. Sofremos porque temos as nossas limitações, quer sejam os juízos  os medos e as inseguranças nossas e do outro. Mas estamos a crescer. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Discorrer


Quanto mais a um nível emocional retirarmos de uma situação, mais facilmente poderemos deixá-la para trás. Apenas quando, mesmo inconscientemente, não tivermos aprendido o suficiente, iremos sentir uma perda. Portanto, em vez de olharmos para trás ou fazermos filmes com o futuro, tratemos de retirar as aprendizagens que o presente tem para nos proporcionar.