sábado, 1 de junho de 2019

Still life


Um amor de fim de semana. Dejá vu, welcome to the machine. O princípio e o fim do mundo e negligenciar o que se passa entretanto. O «entre coisas» é a cola que sustenta o cosmos. Entre mim e entre ti nada existe. Tudo pode acontecer. As palavras slogans da negação da alma e do coração. Existe diferença entre eles? Existimos? Sentimos? No que acreditamos? Não nos atrevemos a dizer. E neste não atrever, nasce a mentira por entre as palavras. Preferimos morrer pelas coisas mais pueris. A desimportancia do que há cá dentro ascende à condição de ópera, de livro vermelho, de credo. Nada entra. Nada entra entre a esqualidêz das palavras onde o musgo vai crescendo. E as minhas palavras são invisíveis e o que quer que tinha para dizer era mudo e sentir isso fazia-me sofrer mais do que tudo. 
A minha fantasia de ver o mundo sem mim, o meu complexo de «It's a wonderful life» não é romântico como no grande ecrã. O mundo passa bem sem mim. E sem a caricia das estrelas na palma da mão, de facto não há vida. E a respiração vem de uma pilha prestes a ficar gasta.

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