segunda-feira, 29 de junho de 2009

Clamor

Um clamor inocente, que nada tem a ver
com doutrina, mas com simples viver.
Quando a revelação acontece, dá-se por ela?
E quando ela não acontece…
Vive-se a vida no engano de cada queda
nos parecer ascensão?
O que eu quero é não querer.
E se nada mais do que um clamor se fizer ouvir,
na distancia, então o que vou fazer
é escutar melhor.

terça-feira, 23 de junho de 2009

...

Nada escrever. Nada mais fazer do que fechar portas atrás de portas, até estar bem dentro do esquecimento, até as portas serem também uma ilusão. Assim, nada mais do que não existir. E ao não existir, nessa simplicidade, finalmente ser.

sábado, 6 de junho de 2009

Voar

Traz-me o sangue dos pássaros
Numa bandeja improvável sem som nem brilho.
Deixa as asas para trás. Fica com elas em segredo,
e as penas, lança-as de umas alturas à tua escolha.
Vou esperar pela sede, esperar pelo desespero
de um luar que nunca vai existir.
Pouco a pouco, da coagulação das horas,
virá a surpresa de um renascer que, por o ser,
não se reconhece.
Depois, é só voar.