domingo, 18 de março de 2018

A parva eternidade

Que luz é esta tão maltratada pelos amantes?
Que fazem eles afinal senão caminharem para o final?
Não há eternidade, não há fé ou redenção.
Há o momento sem igual, reacção em cadeia a
encarcerar-nos alegremente na jaula do outro.
De boa vontade derrubamos vezes sem conta
o candeeiro tão fragil a gemer. De alegria, sei agora.
Candeeiro velho vandalizado pela intensidade
do instante para sempre. E ele dá luz, dá dor,
deixa o amor seguir seu curso. Determinado,
em reincidente casamento. Não há dor que aguente
momentos assim. Nem escuridão.
There is a light that never goes out.
E com ela tudo faz sentido. Até a parva eternidade.
Que sabe ela afinal do nosso instante
quase às escuras? Que sabe ela desta luz
nosso perfume, nosso segredo?

quarta-feira, 14 de março de 2018

O que fica?


Estava sozinho ou estava acompanhado?
E a a sua companhia? Sozinha ou acompanhada? 
Quando estamos com alguém, estamos sozinhos,
com alguém ou com nós mesmos?
E que comunicação é esta? Com quem falamos?
Com alguém ou com nós mesmos?
E quando tudo isto acontece, se acontece,
o que fica, se algo fica?

sábado, 10 de março de 2018

S/ título


A pequena luz, a pequena justiça.
Dizes-me para não me importar
e eu não respondo.
O tempo abusa da musa.
e nós da imaginação.
Que coisa é essa de ter a vida
toda pela frente?
Afinal, podem ser três anos
ou três segundos.
Vamos guardar a luz com o
escuro dos nossos olhares.

A perfeição é a nossa natureza.
A imperfeição é a nossa humanidade.

quinta-feira, 1 de março de 2018