quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dream withim a dream

Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow
You are not wrong, who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone?
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.
I stand amid the roar
Of a surf-tormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep - while I weep!
O God! can I not grasp
Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?
Is all that we see or seem
But a dream within a dream?
-Edgar Allan Poe

domingo, 19 de setembro de 2010

A árvore oca

Não se sabe como foi acontecendo. O tempo passou ou talvez tenhamos estado imóveis com ele. E também não terá sido o caminhar no cimo dos montes quando nos sabiamos observados à distância. Sim, mestres somos em construir imagens bonitas, absortos da presença dessa criatividade.
No longo corredor, de cada lado coleccionamos quartos vazios. Diz-me de onde vens e eu digo-te para onde vou... Ou talvez não. O vai-vem incessante num caminhar sempre a ser apagado. Mas quando por ela passamos, não a vemos. Há uma sabedoria antiga irradiada no ar para quem parar e a desejar apanhar. Nunca ninguém o faz. Mas todos se queixam por ninguém o fazer.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

To all love lost

Sky green paradise, oh isn't it nice?
Coming my way not once but twice.
Got a feeling I belong in a sea of longing
where no one is missed,
where faces and places never were.
The soft skin radiation gets it's strenght
from an imaginary sun, and the sunflower,
if there ever was one, is nothing but a dreamer.
And dreams only open at night.
But it's alright. No light, no fright will get here.
Here is nowhere and i swear
I saw a glimpse of you coming from afar,
but it was only a lonely falling star.

sábado, 11 de setembro de 2010

Perder, dizer

-Não te quero perder...
Sussurraste-me tu com a urgência dos apaixonados. Vinte e quatro horas depois, tinha-te perdido, só não o sabia ainda. Noventa e seis horas depois, não me tinhas perdido ainda, mas tinha-me eu perdido para ti. E sabia-o. Ambos perdemos e nos perdemos um pouco nessas horas.
O que significa perder? O que significa dizer? Ou mesmo ouvir o bater de um coração e saber que ele bate assim um pouco por nossa causa? Não dou muito valor às palavras, disseste-me tu um dia e afinal...Era das tuas que falavas.
Quero voltar a sentir que tudo vale a pena. Não quero perder-me, quero sentir que me encontro. Quero acreditar no valor das coisas, dos sentires do sentir, dos dizeres do dizer. Quero voltar a acreditar nas possibilidades de mim e assim, acreditar nas possibilidades deste momento, do porvir. E em ti, quem quer que sejas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

With nothing on my tongue

Baby I have been here before.
I know this room, I've walked this floor
I used to live alone before I knew you.
I've seen your flag on the marble arch
Love is not a victory march
It's a cold and it's a broken Hallelujah

There was a time you let me know
What's really going on below
But now you never show it to me, do you?
And remember when I moved in you
The holy dove was moving too
And every breath we drew was Hallelujah

I did my best, it wasn't much
I couldn't feel, so I tried to touch
I've told the truth, I didn't come to fool you
And even though It all went wrong
I'll stand before the Lord of Song
With nothing on my tongue but Hallelujah

-Leonard Cohen

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Estes dias

É invisível a minha escrita estes dias. Escrevo por sentires dispersos e sentires em linha recta, tão tranquilizadores. Mas os meus sentires preferem sentir, não escrever. Preferem caminhar, não sentar. A imaginação, mesmo sentada, imagina. O sentir sentado tende a imaginar o que sente em vez de sentir. E é assim. Estes dias, a minha escrita rodeia-me, mas não a vejo. É invisível mas sinto-a.