Quero saber de mim de um modo como as árvores delas não sabem, de um modo como as nuvens não sabem afinal de que são feitas. Quero saber de mim, como negociação do relâmpago com a eternidade, do sol que nada entende do dia e da noite ou a lua das marés. Quero saber de mim, como se em mim todas as bibliotecas do mundo convergissem e de mim uma única palavra brotasse. Uma palavra-relâmpago, uma palavra-eternidade, uma palavra-árvore. Uma palavra-sol para saber de mim. Uma palavra-chave. Porque tudo permite, tudo aceita, tudo vê, tudo sente. Quero saber de mim, porque ao saber de mim, sei de ti, sei de tudo. Sentir é saber, fechar os olhos é vislumbrar. Quero saber de mim para me bastar, para me revelar, para ser tudo e coisa nenhuma. Quero sentir-me e não saber que me sinto. Quero deixar de querer