A festa acabou. A festa dura para sempre. A festa acontece depois do acidente, não há sangue que aguente. A festa começou entre as flores e as bebidas sem nome. Todos para ali armados em deuses num pequeno Olimpo. Tudo a acontecer em câmara lenta, na voracidade canibal dos sentidos. Toda aquela chuva quente a convidar a nudez selvagem, elegíaca. A festa eram gritos, risos, era recreio, era a promessa de uma praia impossível. Música, dança poente. A festa acabou, na certeza de durar para sempre.
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
terça-feira, 6 de novembro de 2018
Mármore
Quando se está numa relação, está-se a 20%, a 50%, a 80%? Está-se a 100%? No seu melhor, está-se sem limites. Não há zonas reservadas. Há o que se dá e partilha e há o que não se dá e não se partilha.
Ninguém é perfeito. E o que se sente, por muito arrebatador que seja, também não é perfeito. Mas zonas proibidas é algo que não deve haver e muito menos serem impostas. No amor, existe medo e desconfiança. É um facto da vida. Se por um lado, isto deve ser aceite, por outro lado, não deve ser alimentado e fomentado. No amor, cuidamos mais do outro do que de nós próprios e fazê-lo é cuidar de nós próprios. Se não é isso que acontece, então não é amor, não é amizade. É mármore sem forma e sem escultor à vista.
Subscrever:
Mensagens (Atom)