pela corrente de ar da tua passagem
torna-se mistério em desertos
um dia tomados como praias.
Feliz nos sucessivos luares primaveris,
contínua recusa da melancolia à espreita.
A escrita faz-se não para a invocar,
A escrita faz-se não para a invocar,
mas para a fintar.
Ela que se canse a procurar-me.
Estarei sempre noutro lado qualquer
à espera da espera por ti.
Sei que virás, por isso escrevo.
1 comentário:
"Sei que virás por isso escrevo"...
No meu caminho
um vislumbre de sol e de carinho…
uma sombra, talvez, na tua estrada...
No entanto "feliz nos sucessivos luares primaveris(...)a escrita faz-se"...e, por vezes,a vida inteira para dizer uma palavra!!!!
...também porque estamos condenados a pensar com palavras, a sentir com palavras... porque escrever é, pois, fundamentalmente, tentar esclarecer e fixar uma inquietação...."felizes os que chegam a dizer uma palavra!"(Virgílio Ferreira)
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