Pode o dia ser mais azul? Pode o sentir revelar-se constelação de cumplicidade? O momento vai planando para trás e para diante, no voo de esquecer o rasto e de acender a direcção. E no mais suave dos toques revela-se o momento de criação. Nesta planície, podemos adormecer e o sonho será o que está a acontecer.
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Vertigem
«Hoje é mais um dia em que não me apetece existir. Até quando podem suportar essa ausência de mim mesmo? Até quando aguentarei a tentação da vertigem?
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A melhor maneira de estar na vida é estar ausente dela. Ser espectador do mundo, sentado ao fundo dum espelho, tomar a realidade por reflexo, escutar as estrelas, a suavidade das luas, o vento, a chuva, e não desejar um rosto para o corpo.»
-Al Berto
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A melhor maneira de estar na vida é estar ausente dela. Ser espectador do mundo, sentado ao fundo dum espelho, tomar a realidade por reflexo, escutar as estrelas, a suavidade das luas, o vento, a chuva, e não desejar um rosto para o corpo.»
-Al Berto
terça-feira, 22 de agosto de 2017
Portanto
As estrelas que vemos no céu parece que são o passado. Estando a milhões de anos de distancia, a luz que nos chega partiu delas em nossa direcção há milhões de anos. Portanto, quando olhamos o firmamento, estamos a olhar o que de facto já não existe. Ontem lembrei-me de algo. Para alguém que esteja lá, nessas estrelas que possivelmente já nem existem e vejam no céu uma estrela que é o nosso Sol, já não existiremos para essa pessoa, uma vez que a luz do nosso bom velho Sol terá demorado milhões e milhões de anos a lá chegar. Ou seja. Em algumas partes do Universo, nós de facto, já não existimos.
domingo, 20 de agosto de 2017
S/ Título
As peças colocando-se em posição para jogarem, para serem jogadas. O caminho que é a eternidade desta madrugada daqui... Madrugada para mim, crepúsculo para ti... Sol, Sol, Sol... A nossa SOLidão vertida em lágrimas de vidas passadas caídas em cima de nós para nos orientarem no azul vertiginoso da passagem. Quem somos nós, quem fomos? No que nos transformamos? E quem, o que deixamos de ser?
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
The occasional «fuck you»
Aqui fica a beleza do poema inacabado.
Um breve instante de um momento de um tempo
à procura de se cumprir.
Esta será a melhor história de amor de sempre
porque nunca aconteceu.
James Dean morreu antes do seu tempo,
a poesia deixou de ter futuro e quedou-se perfeita.
Ninguém tem mais de acreditar. Infiel é o amanhã.
O presente fica por abrir.
sábado, 5 de agosto de 2017
O dia vinha longe ainda
Uma ave negra na noite veio pousar-me nu ombro e disse-me ao ouvido tudo feito de penas e voos e caminhos nas alturas difíceis de encontrar. O nada que fiquei a saber soube-me a tudo. Soube bem o azeviche da pelugem a lembrar que o dia vinha longe ainda. Enquanto levantava voo disse haver ainda tempo para sonhar. Desta noite faço um envelope e ainda o conseguiu agarrar. Leva-me os sonhos para onde já não houver chegar. Fico a sonhar com o meu voar, esse que me deixaste nu ombro, ligeiramente a sangrar do teu agarrar.
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