domingo, 6 de maio de 2018

Habitar a memória


Não há tempo perdido. Se assim fosse, porque existiria memória? Que há de igual entre os dois? É o facto de nunca permaneceram estacionários. Progridem sempre. Connosco, na vida. O único tempo perdido é aquele que não deixa memória. E a única memória que não merece ser recordada é aquela que se perdeu no tempo.
Portanto, o que é isto que vivemos agora a cada instante? Isto a que chamamos vida. Não a vida de respirar, de existir, de envelhever, mas a vida que vem de sentir, de saber.... de sentir que estamos vivos? Talvez tempo e memória gerando um entrelar perpétuo? Porque vida e morte não podem avançar no tempo senão entrelaçadas.
Uma vez pensei que morrer é passarmos a habitar a nossa própria memória. Consequentemente, o modo como vivemos  proporcionar-nos-á habitar um paraíso ou um inferno.

Sem comentários: