terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A minha mordidela é maior que a tua


 «Apercebo-me agora que regressamos sempre uns aos outros, Clara. Amamos sempre o mesmo rosto, reagimos sempre a uma nota. Talvez seja um qualquer espelho interior, talvez sejam as almas a reconhecerem-se umas às outras. Talvez seja uma alma a reconhecer-se a ela própria, apenas num tempo e espaço ligeiramente diferente. É tudo tão estranho, tão inacreditavelmente ao alcance da nossa compreensão e tão infinitamente distante. E vivemos entre estes dois polos, de quase tudo saber e quase tudo deixar escapar. É como dizer-te agora: és a mulher que eu amo, que sempre amei e sempre vou amar e ter de mim para mim essa certeza que desafia a razão.»
-A primavera da praga

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