segunda-feira, 27 de abril de 2009

Aos labirintos

Já não sei que mais fazer.... Se enfrentar, se desaparecer. A esperança é um rosto de muitas faces. Quando se pensa estar a falar com uma, é outra que afinal escuta e ainda outra que responde. É uma comédia tão incrível que não se sabe o que fazer às lágrimas. Por vezes, a esperança nada mais é do que o que menos se precisa na vida. Aos labirintos, digo «basta!». Onde fomos nós aprender este tortuoso talento de tudo estragar?

sábado, 25 de abril de 2009

Não existir

Naquele momento, ele só desejava que o céu todo desabasse sobre si, sobre a sua cabeça, rosto, roupa, sob a forma da mais gorda, fria e torrencial chuva. Talvez assim se sentisse…Se começasse a sentir um pouco mais limpo, um pouco mais leve. Ali, no meio da rua. Olhou para a rua, imaginou-se a atravessá-la distraído e a ser apanhado por um carro que o faria voar e cair já sem memória, sem futuro, sem vida naquela cama de paralelepípedos. Seria com a mais luminosa das surpresas que daria por si exactamente no último momento feliz da sua vida. E depois, nada, não existir.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Speed

Speed is moving real slow
when the whole world
is passing by real fast.
When our speed
and the world's
are the same
we are either dead
or in a state of bliss.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A moment of vastness

A moment of vastness,
a place of eternity.
Nature is all.
From her everything grows
everything flows
everything is everything.
And so may the nature of our ways
be in tune with the one chord
beyond the time and space
that is the soul.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Do outro lado

Pois que caia a noite fictícia,
estampada na grande cortina que nos separa do palco.
Para lá nos encaminhamos, sem receios, sem mágoas,
sem sabermos que para lá nos vamos.
Só será último acto quando olharmos para cima
e a virmos começar a cair.
Quero dizer-te adeus, guardar-te dentro duma gaveta,
render-me à escuridão inventada.
Não me verás de olhos abertos.
Não até estar do outro lado da cortina.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cilada.

Cilada.
Uma questão de tempo na fornalha indecisa.
O levantar os braços ao céu para chamar a lua,
para a contaminação libertadora do corpo.
Um clamor silenciado sempre na dura caminhada,
aparência pastoral da segurança.
As mãos abrem-se para não apanharem
nem estrelas nem céu.
Abrem-se para deixarem fugir suas sinas.
O destino é um perpétuo jogo de espelhos.