quarta-feira, 31 de março de 2010

As palavras por nascer

Não é no teu olhar que te reconheço.
Não é no cabelo de mulher selvagem.
Não é no rir de menina travessa.
Não é no corpo que apenas sonho,
no cheiro que dele se evapora.
É em algo muito diferente
que te reconheço: na palavra pensada,
na escrita sentida, no sonho por vir,
no que está em penitencia em tua cabeça.
Vai e entrega-te a teu próprio sentir.
Deixa teu cheiro, deixa tua marca,
deixa tua essência. Esfrega ela em nossos rostos.
Teu grito vai acordar os indiferentes.
Teu cio vai aquecer as palavras por nascer.
Nada será mais igual. A não ser, talvez
aquilo que sempre foste. E que és.

1 comentário:

disse...

eu queria ter o dom das palavras, pra poder dizer com exatidão o que sinto.
as palavras em mim parece nunca nascer...
mas em ti pedro querido...
elas fluem com tamanha grandeza, sensibilidade e perfeição...

mil kissinhos em teu coração