terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Um outro mundo


Um outro mundo, O mesmo mundo. O que nos liga a todos? Sermos Natureza? Sermos almas que falam a mais antiga das linguas? A lingua do silêncio? Não há gestos pequenos. São todos grandes e todos podem mudar o mundo. E só isso bastaria para perceber como somos Natureza. Tudo está ligado a tudo mais. Não existe estar isolado. Há sempre um fio. E é este que muitas vezes desrespeitamos. Não aquilo que nos separa, que é nada, mas aquilo que nos une. E daqui nascem todas as lágrimas do mundo. O mundo que nos é, o mundo que somos.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Small time Shiva


You deal with your machines, 
your twisted fears, tears and dreams.
You are your own ruin. You are a no-man's land. 
Nothing good grows of you. 
Better if you are left alone.
Leave life for the living. 
You are a small time Shiva.
You too have become death.
What you touch you destroy.
So I'll keep my distance.
Until the end of time.

(«A vida é feita de esperas ou de quimeras? É que eu só quero ser feliz.»)

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

a flower?


Há água no deserto,
há terra no meio do mar.
Há o estar só na multidão,
há sempre alguém na solidão.
Umas vezes encontro-te, outras vezes, não.
E quando te encontro, tenho de lidar
com o abismo no meu olhar.
E é então que me sinto afogar.
E só penso: quero ar, quero ar.
Água, terra, mar... Que se foda o teu olhar.
Um dia, a faca na íris,
um dia até ao último dia.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A Dream Within a Dream


Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow —
You are not wrong, who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.

-E. A. Poe


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Ítaca


«...é a vida a desfilar rumo a uma
Ítaca que nem sabemos se existe...
Não há nada mais real que não
saber se Ítaca existe.»

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

I...



I come to you defenses down
With the trust of a child
Red rain is pouring down all over me
And I can't watch any more
No more denial
It's so hard to lay down in all of this
..........
Did I dream this belief
Or did I believe this dream?
Now I will find relief
I grieve
-Peter Gabriel

terça-feira, 3 de outubro de 2017

The big sleep


Vencido pelo cansaço. 
E nada mais ter para dizer.
Vou dormir
e ai do sonho que se aproxime de mim.

O equivoco


We got it together, didn't we?
We've definitely got our thing together, don't we baby?
Isn't that nice?
I mean, when you really sit and think about it,
Isn't it really, really nice?
I can easily feel myself slipping in more and more ways
That simple world of my own.
Nobody but you and me.
We've got it together baby

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

F a k e


How fake is your love?
How fake are you?

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Uma estação antes



«...ao penetrar-te, dizia-te que te estava a abrir com o meu desejo. E se há desejo assim urgente, talvez seja paixão e assim sendo, talvez haja apaixonamento. E é uma estação antes de haver amor.»

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Mais essência



Entristece-me o derradeiro animal antes da sua extinção. Essa terminal solidão. Nele está tudo o que é de essencial. Mas sem corpo, nada se manifesta. Nem ideal, nem essência, nem nada.
Nunca olhamos as estrelas sem que elas nos devolvam sempre algo: a nossa verdadeira dimensão, o nosso lugar, a nossa viagem. A nossa essência.

Essência



Será que uma essência é como um ideal? Nunca morre? Mas os ideais morrem. Os ideais parecem alma, mas são corpo. E amamos a essência, amamos o ideal ou amamos o corpo? Talvez amemos o corpo, sejamos seduzidos pelo ideai e com um pouco de sorte, ficamos com a essência.

domingo, 3 de setembro de 2017

No princípio


Estamos sempre no principio,
É onde devemos estar
Contemplar horizontes,
sonhar o romance de nós próprios.
Por vezes quero ir mais além.
Roubar-te o coração e a alma vir atrás.
Ocupares-me o corpo
para ver e sentir o mundo
um pouco como tu.
Erguido nos teus pés,
na compaixão do teu olhar,
no lume da tua boca
na paz do teu tatear.
Amar-te é sentir o mundo com o teu coração.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Genesis




Pode o dia ser mais azul? Pode o sentir revelar-se constelação de cumplicidade? O momento vai planando para trás e para diante, no voo de esquecer o rasto e de acender a direcção. E no mais suave dos toques revela-se o momento de criação. Nesta planície, podemos adormecer e o sonho será o que está a acontecer.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Vertigem


«Hoje é mais um dia em que não me apetece existir. Até quando podem suportar essa ausência de mim mesmo? Até quando aguentarei a tentação da vertigem?
........................
A melhor maneira de estar na vida é estar ausente dela. Ser espectador do mundo, sentado ao fundo dum espelho, tomar a realidade por reflexo, escutar as estrelas, a suavidade das luas, o vento, a chuva, e não desejar um rosto para o corpo.»
-Al Berto

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Portanto



As estrelas que vemos no céu parece que são o passado. Estando a milhões de anos de distancia, a luz que nos chega partiu delas em nossa direcção há milhões de anos. Portanto, quando olhamos o firmamento, estamos a olhar o que de facto já não existe. Ontem lembrei-me de algo. Para alguém que esteja lá, nessas estrelas que possivelmente já nem existem e vejam no céu uma estrela que é o nosso Sol, já não existiremos para essa pessoa, uma vez que a luz do nosso bom velho Sol terá demorado milhões e milhões de anos a lá chegar. Ou seja. Em algumas partes do Universo, nós de facto, já não existimos.

domingo, 20 de agosto de 2017

S/ Título



As peças colocando-se em posição para jogarem, para serem jogadas. O caminho que é a eternidade desta madrugada daqui... Madrugada para mim, crepúsculo para ti... Sol, Sol, Sol... A nossa SOLidão vertida em lágrimas de vidas passadas caídas em cima de nós para nos orientarem no azul vertiginoso da passagem. Quem somos nós, quem fomos? No que nos transformamos? E quem, o que deixamos de ser?

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

The occasional «fuck you»


Aqui fica a beleza do poema inacabado.
Um breve instante de um momento de um tempo
à procura de se cumprir.
Esta será a melhor história de amor de sempre
porque nunca aconteceu.
James Dean morreu antes do seu tempo,
a poesia deixou de ter futuro e quedou-se perfeita.
Ninguém tem mais de acreditar. Infiel é o amanhã.
O presente fica por abrir.

sábado, 5 de agosto de 2017

O dia vinha longe ainda


Uma ave negra na noite veio pousar-me nu ombro e disse-me ao ouvido tudo feito de penas e voos e caminhos nas alturas difíceis de encontrar. O nada que fiquei a saber soube-me a tudo. Soube bem o azeviche da pelugem a lembrar que o dia vinha longe ainda. Enquanto levantava voo disse haver ainda tempo para sonhar. Desta noite faço um envelope e ainda o conseguiu agarrar. Leva-me os sonhos para onde já não houver chegar. Fico a sonhar com o meu voar, esse que me deixaste nu ombro, ligeiramente a sangrar do teu agarrar.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Check it out:


https://www.youtube.com/watch?v=a2L24Ie8P1c