segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Manhã clara

I
Manhã clara...
Despertar enquanto para
o outro lado se olhava.
Os olhos saciaram-se com a luz de mel.

E o jardim afinal resolveu aparecer,
sem mais nem menos,
Com fugachos de sol,
sombreados impressionistas
e tudo.

Seria possível uma paz assim?
Um entendimento assim?
Quando por eles já não se esperava?

Sentir o momento pode acontecer.
Sentir o momento, é o que é.

II
Um novo tempo brotou do lusco-fusco de interiores antigos, quase certezas. A luz, essa aliada esquecida apontou seu fino dedo por entre os poeirentos cortinados, depois dois, três...Logo, logo, cantos há muito não vislumbrados surgiam como flores num dia de primavera. Afinal era assim... Como foi possivel este reino de obscuridade? De aceitação gradual e quotidiana de promessas ficadas por vingar? Agora, na margem deste lago, pleno de vida, de conversas e chamamentos de pássaros, de fisgadas de sol, por entre as árvores, tudo se alinha, tudo faz sentido e não é possível voltar atrás. Um amadurecimento ocorreu, deixando um doce sabor acariciado na pele arrepiada por esta amena atmosfera. Se se aproximassem o suficiente, poder-me-iam ouvir sussurrar: Estou feliz...

2 comentários:

Maria Clara do Vale disse...

…pedir-te que sejas paciente com tudo o que está por resolver no meu coração e tentar amar as perguntas como salas fechadas ou como livros que estão escritos às vezes numa linguagem que não se entende muito bem…
…um dia perceberás que o momento foi possível, mas não só o momento, porque esse é só um fascínio, mas sim o momento que leva a futuros, onde me possa ver sempre nos teus olhos, brincar com o teu cabelo solto e ir contigo onde ninguém nos possa ir buscar...
Afinal enquanto é noite há estrelas com céu e sombras com pouca luz!...(estou feliz...)

Anónimo disse...

E ouvimos...estás feliz!