domingo, 11 de outubro de 2009

Suspensão

Quantas vezes partes de nós morrem durante o dia?
Algumas nem as sentimos por força do hábito.
Mas em dias de trágica suspensão, não quero falar de tragédia.
De que quero falar então?
Da água da alma que é a memória.
Em dias assim, servem as recordações como bateria do corpo.
Elas dizem-nos, ou fazem-nos sentir que tudo ainda vale a pena.
Por exemplo, quando nada mais me apetece senão desistir,
penso em ti. Fico triste, mas também fico contente.

1 comentário:

Maria Clara do Vale disse...

“…a água da alma que é a memória…quando nada mais me apetece senão desistir,
penso em ti…” porque sonhar… chorar… sorrir… é o calor do abraço de alguém de quem gostamos…é acordar às cinco da manhã depois de ter ido dormir às três da madrugada…com sono e muito cansado só porque se esteve a conversar com alguém que nos faz feliz…que nos entende…que precisa das nossas palavras… é música…. é dança…é a paz…é o prazer de descobrir a cada dia que a vida começa novamente em cada amanhecer…
Depois… ter um raminho de violetas dado por alguém que nos é especial (as flores que eu mais gosto!) … sentir o sabor do chá de maçã com canela… sentir o sol radiante…aconchegante e também uma chuva ou temporal lá fora da janela… fazer da vida uma grande aventura…uma grande loucura e um enorme prazer…acreditando que ainda há alguém que é para nós… “fazem-nos sentir que tudo ainda vale a pena.”

É claro que gostei imenso do desenho mas também e sempre do que escreves!!! MC