nas noites ignorantes do desejo em forma de cubo.
Minhas seis faces ou seis sentires irradiariam seu sol
sempre breve nas mesas das esplanadas
onde ainda se embala o mar ao longe.
O avião que passa,
o barco que pesado parece na linha do horizonte.
Eles são o romance dos dias,
raiar de possibilidades.
Vou ter de esperar pela noite,
pelo antecipadamente aguardado gesto
que nunca vai chegar
e aceitar a minha vassalagem
às palavras paridas dos pensamentos
indomáveis.
Um dia destes revolto-me
e não te exprimirei.
Definharás dentro de mim.
Serei teu breve cosmos.
Da tua extinção, brotará a flor
da minha pele rasgada, mas grata
pela catarse da doce dor provocada.
1 comentário:
O criador encontra em todo o lado o seu saber, a sua vontade, os seus projectos, ou seja ele próprio…no entanto atinge apenas a sua própria subjectividade porque o objecto que cria está fora de seu alcance… não o cria para ele …vai até aos limites do subjectivo, mas sem o ultrapassar… aprecia o efeito dum traço, duma imagem… mas é o efeito que produzirá nos outros o que diz e o que faz, que poderá avaliá-lo …nunca senti-lo!!!
no entanto a flor será a prova final da página branca que irá reescrever...
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