quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Regresso

Ensina-me a sulcar o caminho
que me leva para longe da tua ausência.
Nela, descubro as cores da intemporalidade.
Ensina-me a voz e a vida, os passos de volta.

Vieste, direi eu um dia.
Lá, onde dissemos adeus,
sentirei os teus lábios mesmo antes de te beijar.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Flor de luz

Uma flor, da cor do teu sentir,
uma flor para apaziguar a dor.
E se me deixares decidir,
do sol terá a cor
para que tenhas sempre
um norte ao qual voltar.
Porque na escuridão
existe algures
a luz de um coração.

domingo, 10 de agosto de 2008

Noutro lado qualquer

A difícil escrita ultrapassada
pela corrente de ar da tua passagem
torna-se mistério em desertos
um dia tomados como praias.
Feliz nos sucessivos luares primaveris,
contínua recusa da melancolia à espreita.
A escrita faz-se não para a invocar,
mas para a fintar.
Ela que se canse a procurar-me.
Estarei sempre noutro lado qualquer
à espera da espera por ti.
Sei que virás, por isso escrevo.