quinta-feira, 10 de junho de 2010

O sentido do sentir

A noite veio e falou-me de ti. Disse que virias na brisa da voz dos sonhos. Disse que o teu toque me apaziguaria a dor. E assim foi. Enquanto dormia, apareceste e sussurraste à escuridão para se afastar. Meteste-me tua mão no peito e foi como se o ritmo do existir tivesse ganho sentido. Quem pode explicar o sentido do sentir senão sentindo?

Dança da noite e do dia

Assim se faz a dança entre a noite e o dia, de segredos inventados e palavras partilhadas. Assim se faz no silêncio de uma canção ainda por nascer. Pode o dia ser mais azul? Pode a noite ser mais estrelada? Pode o sentir revelar-se constelação de cumplicidade? O momento vai planando para trás e para diante, no voo de esquecer o rasto e de acender a direcção. E no mais suave dos toques revela-se o momento de criação. Nesta planície, podemos adormecer e o sonho será o que está a acontecer.