quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Contorcionismos


1
Contorcionismos
na penitência dos doces desejos
de mil cores e sabores.
No tactear das estranhas dobras
encontra-se resolução,
uma força desfalecida dos céus
molhados de felicidade.
Contorcionismos
no serpentear do auto-segredo.
Não há renascer que não se queira.
Escrevem-se as palavras feitas cinza,
e delas eleva-se a beleza estranha de ser.

2
Verde sorrir com aroma de bebé
deriva dos picos das folhas da erva
nas palmas dos pés da recordação.
Verde peito por dentro respira
ar do Verão e revive-se
o beijinho ainda a saber a piscina.
Sorrir aroma dos pinheiros
amanhã irei ser grande
e meu sorrir será maior
assim como a proximidade do sentir.

3
Vem, minha irmã,
voar com as asas
das mais inocentes memórias.
Como cresce um estranhamento interior,
qual fome informe debaixo da pele
a querer sair.
Rezamos esta espera
que é fado do que nascemos.
Não tarda, teremos pernas para correr.
Não tarda, teremos pernas para correr.

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