«Apercebo-me
agora que regressamos sempre uns aos outros, Clara. Amamos sempre o
mesmo rosto, reagimos sempre a uma nota. Talvez seja um qualquer
espelho interior, talvez sejam as almas a reconhecerem-se umas às
outras. Talvez seja uma alma a reconhecer-se a ela própria, apenas
num tempo e espaço ligeiramente diferente. É tudo tão estranho,
tão inacreditavelmente ao alcance da nossa compreensão e tão
infinitamente distante. E vivemos entre estes dois polos, de quase
tudo saber e quase tudo deixar escapar. É como dizer-te agora: és a
mulher que eu amo, que sempre amei e sempre vou amar e ter de mim
para mim essa certeza que desafia a razão.»
-A primavera da praga
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