fica sempre a enevoada espera,
como as esperas no recreio pelo toque do fim do intervalo.
E....Ó espanto! Ele nunca chega. Tudo nos havia sido entregue,
tudo para abrir e descobrir, desta vez pela primeira vez.
Esperança, poderiamos por vezes perguntar o que é isso? Hoje, é como uma caricia no meu rosto. Sinto o devir como algo que faz sentido. Mas é tão frágil e tantas vezes fugidio. Agora é assim, mais logo talvez não seja. É na constância deste sentir que se encontra muita da tranquilidade e mesmo felicidade quotidiana.
Quero falar de coisas positivas, de vozes amigas, dos espaços azuis entre as nuvens. Quero falar da alquimia do sentir, do ser, dessa espécie de sacerdócio a que nos votamos dia a dia. Quero dizer que acredito, que não existe outro caminho que não seja um caminho de acreditar. Acreditar em mim próprio e no caminho que vou construindo. Neste olhar para mim próprio, que nada tem a ver com espelhos, é um olhar tudo o que me rodeia com a compaixão que a própria vida inspira. Que fazer da inconfessada solidão suada gota a gota pelos poros? Não, por este sentir não gostamos de nos ver. O medo é segurança e a insegurança, matura prudência. Assim, onde está a realidade do que sentimos? Sentimos livremente? Ou sentimos com o peso e receio do passado? Porque preferimos estar num perpétuo choque com a densidade do passado? Que bengala é essa que nos faz caminhar cambaleantes? Quero falar de alquimia. Das possibilidades que somos a cada momento.